29 novembro, 2010

Meu aniversário

Hoje é meu aniversário. Corpo cheio de esperança, uma eterna criança, meu bem! Hoje é meu aniversário. Quero só noticia boa, também daquela pessoa por lá.

Hoje escolhi passar o dia cantando. De hoje em diante, eu juro felicidade a mim na saúde, juventude e na velhice. Vou pelos caminhos brandos. A minha proposta é boa, eu sei. De hoje em diante, tudo se descomplicará. Com o nariz de palhaço, rirei de tudo que me fazia chorar. Cercado de bons amigos, me protegerei. Numa mão bombons e sonho, na outra abraços e parabéns.

Hoje é meu aniversário. Quero só noticia boa, também daquela pessoa por lá. Quero paparicações no meu dia, por favor. Brigadeiros, mantras, música, gente vibrando a favor. Vamos planejar um belo futuro pra logo mais. Dançar a noite toda, pela rua de Benjor e Clara.

Hoje é meu aniversario. Quero só noticia boa, também daquela pessoa por lá.

(Vanessa da Mata - Meu Aniversário)

14 novembro, 2010

Sampa


Alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João.
Nenhuma outra letra a mais ou a menos descreveria melhor o que se passa comigo quando chego em São Paulo. Não dá pra descrever, pra limitar dando significado, pra encurtar atribuindo característica. É alguma coisa que acontece no coração. Parece que, ao chegar aqui, meus problemas vão ser resolvidos. Parece que aqui a vida tem mais sentido. Tem mais vigor, mais agitação, mais recheio. Aqui tem mais vida.

Claro que não vou negar em Sampa o povo oprimido nas filas, vilas, favelas. Não vou negar o dinheiro que ergue e destrói coisas belas. Nem a feia fumaça que apaga as estrelas. Mas as duras poesias concretas das esquinas de São Paulo fazem sentir que todos esses tem esperança. Que o povo tem mãos e pernas que trabalham, se divertem, vivem de uma forma que nenhuma outra. Afinal quem vende outro sonho feliz de cidade apressa-se logo a chamar São Paulo de realidade. Mesmo com todos os contratempos, o executivo rico apressado e o pobre mendigo desatarefado param pra ver surgir os poetas de campos e espaços, as oficinas de florestas e os deuses da chuvas.

São Paulo tem aquela cara de esnobe, como quem olha pra ela e ela responde "Não quero que goste de mim". Quem olha de primeira chama de mau gusto, mau gosto, mau gosto. Mas, como bem diz a música, Narciso acha feio o que não é espelho. Tudo aqui é o avesso do avesso do avesso do avesso. Aos poucos tudo em São Paulo vai atraindo: a leveza do vento nos dias frios, a calma dos amantes na hora do rush, a sagacidade do brilho das estrelas que tentam competir com o brilho da cidade. As árvores parecem mais lindas e vivas aqui do que em qualquer outro lugar.

Aos poucos vai-se se deixando abraçar pela garoa. As semelhanças vão aparecendo, e a primeira de todas é a mais forte: no meio da pan-américa de áfricas utópicas, no centro do mais novo quilombo de Zumbi, qualquer um pode ser o que quiser em São Paulo. É só olhar pros lados. Preto, branco, azul, amarelo, vermelho, arco-íris, ao seu modo, todos passeiam na tua garoa. E, assim como eu, todos podem te curtir numa boa.

11 novembro, 2010

Melhor propaganda de TODAS

Incrível como ela faz eu me sentir estranhamente bem. Adoro saber que os publicitários tem esse poder manipulação hehe (NOT) =P


10 novembro, 2010

Velho!

Vou comentar um e-mail que acabei de receber, com o nome "10 passos para manter-se jovem".

1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. (Altura e idade até dá. Mas peso também?)

2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo. (E os divertidos que só me embebedam? Tão acabando meu fígado)

3. Aprenda sempre (Depende do professor e depende da lição haha e depende do sono também)

4. Aprecie mais as pequenas coisas (Tem coisa pequena que não dá pra apreciar de jeito nenhum. Televisão, por exemplo, seus tarados)

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar. (Toda vez que eu fiz isso o professor me tirou da sala de aula)

6. Quando as lágrimas aparecerem, aguente e ultrapasse. (Um psicólogo ou uma garrafa de tequila andam mais rápido que essa ultrapasagem)

7. Rodeie-se das coisas que ama. (Antes tem que ir comprar né? Me dá o dinheiro?)

8. Tome cuidado com a sua saúde (ou seja, ignore todos os outros conselhos)

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente (e a culpa pelo dinheiro?)

10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade (epa, ficou ambíguo. A cada oportunidade que elas me proporcionam?)

Ao final da análise, me senti tão velho...

03 novembro, 2010

Observações sobre as eleições

"Governo terá a cara de Dilma", disse Lula
- Senhora Dilma Rousseff pode ter ganhado, mas nós, oposição, não morremos. Estaremos vivos - e atuantes. Não espere ela que só porque 40% do povo brasileiro quis que ela estivesse no poder (pq os outros 60% ou votaram em Serra, ou votaram nulo, em branco, ou não compareceram), que ela pode tudo. Estamos de olho.

- Não é que eu tenho medo da Dilma. Tenho medo dos outros que vão botar coisas na cabeça dela. Tenho medo, por exemplo, de ela suprimir completamente a liberdade de expressão. Ela cumprir com o prometido de manter a liberdade de expressão já é um grande passo.

- Essas eleições não trouxeram nada de novo para o Brasil. Os debates entre a sociedade foram poucos e pobres. Levantou-se poucas questões relevantes para o futuro da nação - e muita abobrinha foi posta à mesa.

- Marina Silva foi um grande furor, realmente. Mas, se eleita, governaria praticamente sozinha. Teria poucos apoios concretos (mais da oposição, com certeza, que é minoria no congresso).

- Marina Silva fez uma campanha linda.

- José Serra poderia ter dito, mostrado e rebatido muita coisa, mas não o fez. Não entendo o porquê. Falta de pessoal treinado para isso, talvez?

- Michel Temer deveria ocupar a função de mordomo no governo Dilma. Cara, pelo menos, ele já tem. (via @revistapessima).

- "Governo terá a cara de Dilma", diz Lula. Po, isso é uma ameaça ou o que?

- Essa eleição, sem dúvida, foi a mais chata dos últimos anos. Ninguém teve um pingo de senso de humor. A não ser pelo Plínio de Arruda Sampaio. Ele, sim, deu o tom que a campanha deveria ter desde o começo: direta, corajosa e clara.

- Ao contrário do que muitos pensam, o governo Dilma vai mudar algumas coisas do governo Lula, sim. Um ponto positivo disso é que o governo Lula ignorou medidas importantíssimas a serem tomadas, então Dilma será obrigada a tomar agora, sob pressão. Um ponto negativo é que pelo menos Lula tinha voz ativa sobre as vontades da escória política (Sarney e cia). Dilma não tem nenhuma.

- Todo o processo de eleição, desde o ano passado, até o dia da vitória, serviu para algo. Serviu para mostrar ao Brasil, em forma de manual, como é o processo de construção de uma desconhecida para candidata vitoriosa à Presidência.

- Tudo que Lula fez de bom no governo dele, ele destruiu tentanto eleger Dilma. Agora ela vai ter que pagar o pato.

16 setembro, 2010

Reificação da idiocracia

Saibam antes de ler:
1) Fernando Braga da Costa disse: A reificação configura-se como o processo pela qual, nas sociedades industriais, o valor (do que quer que seja: pessoas, relações inter-humanas, objetos, instituições) vem apresentar-se à consciência dos homens como valor sobretudo econômico, valor de troca: tudo passa a contar, primariamente, como mercadoria.

2) Idiocracia: significa "poder nas mãos de idiotas". Se você não sabe o que significa a expressão “Idiocracia”, não vai adiantar nada recorrer a um dicionário - mesmo online -, porque ela ainda não consta dos glossários ligüisticos do português. Mas idiocracia pode ser definida de várias maneiras: a democracia da idiotice; a popularização da idiotice; a aceitação da informação inútil como útil e por aí vai.


Dá para perceber como isso resume o VMB, premiação de música e vídeo musical voltada para o público jovem?
Eles (assim como toda a indústria cultural) transformam modos de vida, jeitos de pensar, jeito de vestir e métodos de manter relações entre pessoas em mercadorias que as pessoas consomem como "pacotes indentitários". Ou seja, formam uma grande vitrine de "caixas". Exemplo dessas caixas é o que representa o grupo Restart, grande ganhador da noite (na foto ao lado, que é bizarra, diga-se de passagem). Dentro dessas caixas eles colocam jeitos de pensar, de vestir, de se relacionar e de viver de determinada forma, fecham, e colocam um rótulo: Identidade Tal. Então, vendem esses pacotes identitários, que são eles de inúmeras formas, para que sirvam como "ingressos": aqueles que consumirem tal pacote passam a se enquadrar em determinado grupo social e a agir em determinado setor social. Tudo isso movimentado por uma enorme indústria fonográfica, cenográfica, e tudo-o-mais-gráfica.

O pior de tudo: é uma forma de afastar a atenção dos jovens para outros determinados assuntos, como participação nos conflitos e eventos da "pólis". Não que os jovens não possam consumir pacotes identitários e ter cérebro. Claro que podem. E também não significa que os jovens tenham obrigatoriamente que passar a vida inteira pensando na pólis. Mas esses (que tem certa voz ativa) são, cada vez mais, uma minoria. E na hora de votar, por exemplo, faz-se valer a vontade da maioria. E se essa maioria não sabe se tem vontade ou não, e porque deve ter, ou não, e o que deve exigir e o que não deve... comofas?

26 agosto, 2010

Está ruim, mas pode piorar

Eu sinceramente acompanho com atenção os horários eleitorais gratuitos (até pra rir, é bom). Mas, este ano, concordo em gênero, número e grau com o que Roberto Pompeu de Toledo escreveu na VEJA desta semana, quando diz que "o horário político na televisão é a hora daquela tristeza de ser brasileiro". Perdeu-se completamente o propósito de se fazer horário político gratuito. Toledo descreve perfeitamente:
Se a campanha é governista, desfilarão exuberantes plantações, obras públicas tocadas em ritmo febril, fábricas funcionando a todo o vapor, povo gozando de escandinavo nível de bem-estar. Se é de caráter nacional, serão mostrados em rápida sucessão o Cristo Redentor e os arranha-céus da Avenida Paulista, uma baiana e um gaúcho em seu cavalo. Tudo isso, claro, se fez presente no programa inaugural de Dilma Rousself, e não foi por acaso: é a campanha mais rica, nacional, governista e com mais tempo na TV. O programa teve ainda mais: uma espetacular sequência em que a candidata, à beira do Arroio Chuí, dialoga com o presidente Lula em rondonia, à beira do Rio Madeira, os dois em posição de aplicar "um abração no nosso povo, um abração do tamanho do Brasil", como disse Lula.
A verdade é ações como essa são o reflexo do estágio mental em que está o brasileiro: vivendo das aparências. No programa dela, aparece o Brasil perfeito, todo mundo sorrindo porque ela vai ser presidente, as grandes paisagens, como se ela tivesse esculpido à mão tudo aquilo, aparece construções enormes como se ela tivesse feito aquilo tudo sozinha, cabo por cabo, centímetro por centímetro. Mal sabe o povo, assintindo o programa dela, que tudo aquilo foi construído com anos e anos de luta do povo brasileiro - não do PT. 

Já no outro dia, o programa dela se resumiu a mostrar uma cena em que ela e Lula estão juntos na frente de uma fábrica às 5 horas da manhã. E Lula diz: "Nunca antes na história deste país, um presidente esteve na porta e uma fábrica para falar com seu povo às 5h da manhã". VOCÊS SABEM POR QUE ELE FEZ ISSO? Porque o TSE determinou que ele estava proibido de fazer campanha política para aliados durante o expediente de trabalho. 
Mas deixei estar do jeito que está. Por mais que digam que, se Dilma ganhar quem vai mandar é Lula, quem vai sentar na cadeira presidencial é ela. Quem vai tomar o cafezinho presidencial é ela. Quem vai morar no palácio é ela, quem vai receber visitas importantes é ela, quem vai ser recebida pela rainha da Inglaterra é ela, quem vai ter de resolver pepinos internacionais é ela. E o que ela vai fazer com tudo isso na mão? O povo tem a obrigação de saber desde já!

Por isso  é preciso que o horário eleitoral seja usado da forma para a qual ele foi criado. Para mostrar quem é o candidato, e no que ele acredita. Deveria haver, pelo menos, um horário delimitado para que ele fale obrigatoriamente em pessoa.Talvez com isso diminuíssem os gigantescos gastos com produções políticas dignas de filmes de Hollywood. Onde já se viu um programa político onde só aparecem aliados, cenas do Brasil, atores contratados, algumas pessoas entrevistadas, e o candidato, que é o principal, não fala?
Foi assim com Ricardo Murad, em um programa eleitoral dele que eu assisti nessa semana. Durante o tempo dele, Lula falou, Roseana falou, o narrador falou. Ele falou? Não.
Se o candidato falasse mais do que mostrasse cenas externas, jingles bonitinhos e aliados poderosos, o povo saberia quem eles realmente são. Porque isso não acontece? Estão com medo do que? Bom, convenhamos, pior é o povo que não percebe. E se na campanha eleitoral, a atuação já começa assim, o que será de nós quando os mascarados estiverem no poder? Se a máscara cair ou não, já vai ser tarde.

Realmente, Roberto. O horário político na televisão é a hora daquela tristeza de ser brasileiro.

16 agosto, 2010

Só um comentário aleatório

A primeira vez que eu assisti ao Bob Esponja, eu tava na casa da minha tia em Juiz de Fora (MG). Isso lá pelas bandas de 2002, 2003. Naquela época, eu acho que ainda não tinha TV a cabo aqui em casa. Mas lá tinha. Ver essa propaganda, que passava na Nickelodeon direto na época, traz à tona um sentimento de nostalgia bem intenso, e bom. Por causa das imagens, que são de uma cidade parecida com Juiz de Fora, e pela música, que na essência já é nostálgica.

Pra quem não sabe, eu tenho um apego fervoroso à coisas que remetem ao passado.

28 julho, 2010

O Rio é aqui

Texto publicado em O Imparcial no dia 29 de julho de 2010.
Daniel Fernandes

Hoje (28), durante a apuração de uma matéria sobre a inundação no Campo das Malvinas, no Sá Viana, acompanhado do motorista Deyvison Oliveira, eu tive um revólver de cano longo apontado para a minha cabeça no meio da rua por um grupo de meliantes. A via era a Rua Professor Nascimento de Moraes, por volta das 16:30. Estacionamos o Gol vermelho em uma das esquinas da rua, que é larga e com a presença de um número considerável de pessoas. Adentramos uma das travessas para falar com os moradores que foram atingidos pelas águas da barragem. Enquanto entrevistávamos, um morador desconhecido, baixinho e com feições idosas, perguntou de quem era o carro. Quando o motorista respondeu que era nosso, o morador nos avisou: “Eu não sou amigo de bandido. Vocês tenham cuidado, que ele vai ser arrombado”.

Deixei a minha entrevistada, a moradora Maria do Rosário, e fomos direto para o carro, que estava a menos de 100 metros de nós, mas não estava à vista. Ao chegarmos perto do veículo, o grupo de meliantes estava ao lado. Um deles, de sopetão, puxou a minha camisa, meteu o braço em um pedaço de mangue que estava perto para tirar o revólver e direcionou-o para mim. O meliante pediu para “passar os aparelho tudinho”. Um outro integrante do grupo puxou do meu bolso meu relógio e meu gravador iPod, com o qual gravo as falas dos personagens para compor a matéria. Do motorista Deyvison, levaram o celular corporativo. Logo após, correram.

Após chegar ao jornal de volta, liguei para o comandante do policiamento metropolitano da Polícia Militar, Jefferson Teles informando o que ocorreu. Ele disse que imediatamente mandou viaturas para o local. O caso foi registrado no Plantão Central da Reffesa.

O mais surpreendente é a inércia dos moradores perante a situação. A rua em que estávamos não é povoada por casas de pau-a-pique. É toda composta por casas de tijolos. É relativamente larga e não estava deserta. Enquanto levantei e fui até o carro, olhei em volta. Vários moradores observavam a cena: senhoras, crianças, idosos, adultos. As expressões não eram de medo ou surpresa. Agiram como fariam em qualquer outra atividade rotineira. Sem surpreender-se.

07 julho, 2010

Só uma dúvida

É impressão minha ou esse vídeo quer vender a idéia de que São Luis é uma cidade de macumbeiros?

26 maio, 2010

Bem feito pra eles

Até agora não li uma única vez que a Veja mencionasse o Maranhão para algo positivo. Mas eu não culpo a revista, afinal, tem muita coisa errada aqui para ser corrigida. E esse é o papel do jornalismo.
Na última edição, saiu uma matéria sobre a compra de votos do PT pelo PMDB, partido da nossa ilustre governadora Roseana Sarney. Achei muito bem feito. Ela vinha com a corda e a âncora achando que podia tudo aqui no Maranhão. Mas não adianta muito. A população que vota nela, em maior parte, não sabe nem que a Veja existe. E se sabe, não vai entender patavinas do que diz a matéria, e vai se perguntar "o que diabos eu tenho a ver com isso?". Isso me entristece profundamente. Primeiro porque não é a primeira, nem a segunda vez que o Maranhão é exposto para o Brasil pelos Sarneys da pior forma possível. Desde que Roseana se meteu a ser Presidente que o Maranhão é tido como um celeiro de idiotice e roubalheira infinita. E PIOR! Sempre as reportagens fazem questão de expor - o que não deixa de ser verdade - que o povo não tá nem aí para a condição medíocre em que se encontra. Na verdade, o povo nas reportagens nem se dá conta de que está em uma situação medíocre. 
O maranhense, não sei porque, é tão fechado no seu mundinho pequeno e limitado, que quase não se abre para qualquer coisa nova que seja. É como se aquela coisa antiga, por mais ruim que seja, pelo menos dá a certeza de que vai estar ali. Enquanto as coisas novas são duvidosas. E fica nesse pingue-pongue: Jackson, Roseana, Flávio Dino, volta Roseana, agora Jackson quer de novo, e Flávio Dino. Tudo bem, a condição social em que se encontra a população não é muito propícia a um entendimento profundo de qualquer coisa que seja. Basta entender o superficial e tá tudo bem. 
Mas uma coisa eu acho engraçada: entra ano, sai ano, e os políticos maranhenses dão para o povo mais e mais do mesmo. Desgosto. E o público só vai reclamar quando aparece isso em rede nacional? Porque?
Se os políticos não tem vergonha disso, faço um apelo: que pelo menos o povo tenha vergonha de si mesmo.

E aprenda. Afinal, eles não se elegem sozinhos, não é?

19 maio, 2010

Pequena opinião sobre a Copa e o mundo


Toda vez que um lugar vai sediar um grande evento, esse lugar vira modinha. Agora é a África do Sul. Praticamente todo canal de TV a cabo que não seja de filme tem alguma coisa especial sobre a África (até canal pornô tem). Nesses três dias que compuseram essa semana, já assisti pedaços de vários no GNT, no National Geographic, no Globo News, e no Discovery. Agora mesmo acabei de assistir uma reportagem no Saia Justa (GNT) sobre mulheres casadas na África do Sul. E todos eles tem algo em comum: embora tentem passar a parte bonita da África, as belas paisagens, a fauna rica, etc, sempre vem a pobreza. Claro, afinal a pobreza de lá não é nada assim tão insignificante... 
Mas certos "tipos" de pobreza chamam a atenção nessas reportagens. A que eu acabei de assistir no GNT falava sobre a poligamia, ou seja, em partes da África do Sul o homem é casado com várias mulheres, que convivem harmoniosamente na casa, se revezam pra fazer o trabalho doméstico. E, no dia, ele tem que transar com aquela que trabalhou. E elas falam isso naturalmente, sabe? Até riram da cara da repórter quando ela disse que poligamia no Brasil é proibido. Mas disseram também que o marido não dá NADA pra elas: não dá roupa, não dá presentes, não dá dinheiro. Nada. Elas tem que conseguir tudo. Elas fazem a própria roupa, elas vão comprar comida com o dinheiro do marido, elas vão cozinhar, elas vão comprar os remédios delas, elas vão comprar as coisas que elas quiserem. Com que dinheiro, eu não sei. Mas elas disseram que compram. E falam isso com muita naturalidade.
Já tinha assistido outras coisas parecidas. Em certas "cidades tribais", se a mulher não tiver o clítores decepado, ela é uma traidora. É um ritual obrigatório. Se fugir é uma coisa horrível pra família. E a mulher ainda é vista como frágil e "domesticável" pelo marido e pela família. E não só a mulher: os homens tem que dar um monte do que tem pra o chefe da religião da tribo. E tem que participar de lutas, eventos sociais degradantes, um monte de coisa estranha. 
Eu digo é mesmo! Coisa estranha!
Aí vem na cabeça toda aquela questão de relativismo cultural, de "enxergar o outro com neutralidade", de "não julgar o outro pela minha cultura", de "não individualizar a minha opinião como se tudo que eu acredito e vivo fosse o correto e ponto final".
Mas convenhamos: uma sociedade onde a mulher é maltratada, mal-comida, dividida, fica ao relento, ainda tem que se subjulgar ao marido, e sem dinheiro nem direito legal nenhum, nem à saúde, é pra ser relativo?
Uma sociedade com uma religião louca que subverte os crentes à situações moralmente degradantes, lhes toma o que tem, obriga-lhes a decepar partes do corpo e pune severamente aqueles que ousam questionar qualquer coisa que seja, é pra ser relativo?
Um lugar que não tem estado, que não tem lei, e que os próprios cidadãos não podem pensar em criar algo parecido porque estão ocupados demais passando fome, necessidades, estão doentes e morrendo, é pra ser relativo?
Pior: todos achando isso altamente natural!

Desculpem, antropólogos. Mas a sociedade ocidental é mais civilizada e avançada, sim. E eu me sinto orgulhoso - e aliviado - de fazer parte dela.

17 maio, 2010

A trajetória de Telephone

Por X-Britney.com

Muito tem se falado em Telephone e Britney Spears, mas nem todos conhecem a trajetória da canção. Bem antes de adotar o nome artístico Lady GaGa, a nova-iorquina Stefani Germanottapassava o tempo compondo para cantores famosos, como a própria Britney Spears, Fergie,New Kids On the Block e Pussycat Dolls. Foi nessa época que ela escreveu a música Telephone — que entrou somente em 2009 no álbum The Fame Monster — em parceria com Rodney Jerkins, LaShawn Daniels e Lazonate Franklin. Quando GaGa se lançou como cantora solo e começou a cair no gosto popular, ela concedeu uma série de entrevistas onde sempre citava Britney Spears de uma forma muito positiva.
“Eu costumava a gritar por Britney e agora eu trabalho para ela. Ela foi a artista mais provocante do meu tempo e eu a amo tanto! Certamente não precisa de nenhuma dica minha. Britney é a rainha do pop e eu fui aprendendo com ela”, dizia GaGa.
Telephone se tornou uma grande obsessão dos fãs após uma declaração da extravagante cantora, que dizia ter escrito a música para Spears antes mesmo de sonhar em ficar com ela.
“Eu escrevi essa música para Britney há muito tempo, e ela simplesmente não quis usar em seu álbum”, explicou. “Mas tudo bem, porque eu amo a música, e é excitante ter que me apresentar com ela agora.”
GaGa teria convidado Spears para cantar com ela a rejeitada canção, mas negou ao seu pedido. A jamaicana Grace Jones esteve na lista de prefêrencias dela, mas também recusou ao convite. Foi então que Beyoncé entrou na jogada e gravou o dueto conhecido por todos. Darkchild, o produtor e também compositor de Telephone, foi bombardeado por mensagens de fãs querendo saber se Britney gravou a música e se poderiam ter acesso à sua versão, ou pelo menos parte dela. Ele exigiu no mínimo 100 mil pessoas o seguindo no Twitter — ou seja, um acréscimo de 88 mil na sua lista — para que “talvez” publicasse a canção na voz de Spears. A repercussão negativa foi imediata e ele tentou se explicar dizendo que a ideia de chegar ao número de seguidores foi apenas uma forma de ter tempo até conseguir a autorização de Britney e as partes envolvidas. Sem demora, ele revelou que a cantora deixou claro que não queria que sua versão deTelephone fosse divulgada, e ele definitivamente não iria contra ao seu pedido. Mas a obsessão dos fãs não parou por aí. Em maio de 2010, o site iLeaks.com surpreendeu ao disponibilizar um trecho da secreta canção na então voz de Spears. Agindo de forma ilegal ou não, o site cobrou a quantia de 750 dólares para quem quisesse ter acesso a versão completa — e um fã norte-americano decidiu pagar para acabar de vez com a história. A versão de Britney foi divulgada em vários sites importantes de música, e até gerou polêmica pois ninguém tinha certeza se era de fato a esperada versão de Spears.
“É uma versão demo, não tem nenhum tipo de mixagem. Não tenho ideia de como isso vazou. Quero dizer a todo mundo que eu fui pego de surpresa com o vazamento da música e eu nunca liberaria alguma coisa sem a aprovação da Britney, de Larry Rudolph ou da Jive Records”, revelou o produtor Darkchild no dia seguinte, confirmando que a versão era mesmo de Britney, apesar de existir uma segunda versão editada ainda guardada com ele.
Até a conceituada revista Rolling Stone não se conteve ao falar sobre Telephone em seu site, e teceu elogios à cantora.
“Telephone realmente parece muito com o sucesso de Britney lançado em 2007, Piece of Me, provando mais uma vez o quanto ela teve impacto sobre a sonoridade do pop atual. As pessoas adoram tirar sarro de Britney, e por que não, mas se Telephone prova alguma coisa, é que Blackout pode ser o álbum pop mais influente dos últimos cinco anos.”

05 maio, 2010

Doce Alice,Chata Alice

Domingo finalmente fui assistir a Alice, de Tim Burton. Não gostei. O filme cortou totalmente a essência da personagem e transformou a história em uma espécie de "Crônicas de Nárnia" mais bizarrinha e interessante. E olha que essa história já passou pelas mãos do Walt Disney, e nem ele a distorceu tanto. Mas eu confio no olhar do Tim Burton, dá para entender que a proposta do filme não era ser cult, era vender ingresso de cinema e ponto final. Tanto que, já no começo do filme, ele deixa bem claro que não vai contar a história original. O filme narra a trajetória de Alice já com 19 anos, e não os 9 do livro. Lá ela está em uma festa da nobreza da Inglaterra, até que descobre que está prestes a ser pedida em casamento. Desesperada, ela foge seguindo o coelho, e vai parar no País das Maravilhas, que ela visitou quando era pequena mas não se lembrava mais. Pela história vão se desenrolando uma série de rodeios estranhos, como por exemplo a história do sumiço das tortas da Rainha de Copas, que tinha no livro, e volta agora. E do Chapeleiro, que foi (pra mim) o personagem que mais sofreu com a adaptação. Ele passou de um cara inteligente por ser louco, a um louco por ser burro. De qualquer forma, o filme já arrecadou mais de R$ 232,6 milhões em sua estreia.
Mas cabe aqui fazer umas pequenas lembranças do que é a verdadeira Alice para que quem assista o filme em cartaz atualmente não comece a achar que o escritor Lewis Carroll era tão limitado quando o roteirista. O livro começa assim:

Se esse mundo fosse só meu, tudo nele seria diferente. Nada era o que é porque tudo era o que não é. Tudo o que é, por sua vez, não seria; e o que não fosse, seria. 
(fala de Alice)

Através dos parágrafos e mais parágrafos do livro, uma série de teorias e propostas filosóficas do autor são colocadas à prova pelas situações do personagem principal. As vezes ele tenta provar que as teorias são furadas. As vezes tenta provar que funcionam. Um exemplo é o conceito de "reflexo do Winnicott", que diz que a personalidade de alguém se forma baseada em um reflexo da criação materna ou paterna. Inclusive um pouco disso "respingou" no filme de Tim Burton, quando várias vezes Alice agiu pensando no que seu pai e sua mãe faziam para ela quando estavam por perto, seja bem ou mal. 
Outro fato é que a história é cheia de simbolismos. O que não é de se surpreender, afinal Lewis Carroll era professor de matemática. No capítulo 7 do livro," O Chá dos Loucos", a Lebre, o Chapeleiro e o Arganaz dão vários exemplos em que o valor do sentido de uma determinada frase não é o mesmo que o valor do contrário da frase. Por exemplo, o Chapeleiro diz uma vez que "Vejo o que como" não é o mesmo que "Como o que vejo". No ramo da matemárica, esse conceito é do da lógica inversa, ou seja, uma determinada operação não dá o mesmo resultado se inverter as posições. No filme, ele também dá exemplos dessa lógica, mas ficaram muito vagos. Não sei porque Tim Burton, que gosta tanto de bizarrices, não quis explorar esse lado do livro.
Mas ao meu ver a grande sacada de Alice é saber quem é ela mesma. Constantemente ela se questiona coisas como "Devo entrar numa festa sem ser convidada?" (quando entrou na toca do coelho), e ela vai se deparando com situações criadas pela própria mente dela (no que parece ser um sonho) para testa-la e para que ela própria se conheça. Vem aí aquele conceito do sonho inconsciente de Freud. Ela passa o filme seguindo impulsos, impulsos, e se deixa levar pela história. A Rainha de Copas poderia ser um outro ego da personagem, com tendências narcisistas. E o Chapeleiro representaria os questionamentos de Alice quanto à vida, o universo e tudo mais.
A história original, no fim, mostra Alice acordando do sonho e tendo as respostas para as perguntas existencialistas que tinha. O filme também mostra isso: no fim ela decidiu o que queria da vida após conhecer a si mesma. E os dois deixam a pergunta: será que nós mesmo nos conhecemos, independentemente da situação em que nos encontramos?


Observações:
- Eu particularmente ADORO a Alice no País das Maravílhas.
- Já li o livro.
- A melhor adaptação é a do filme de 1999, com a Whoopi Goldberg como o Gato.

30 março, 2010

Os melhores tweets do fim do BBB

A melhor:

@tenhoquefalar Pronto acabou. Agora, daqui duas semanas, todos voltaremos a pensar em Dourado como uma cor bonita.


E as outras:

@pauloricleite Se as pessoas querem lutar pela quebra de preconceitos e paradigmas, que seja na sociedade, e não com os dedinhos na Globo.com.

@doltcrow É...o cara que disse que "hetero não pega AIDS" ganhou o BBB por votação popular. E o presidente, vai ser Arruda ou Dilma?

@iguflips ah gente, vai se fuder. abram seus olhos. um dos caras mais inteligentes desse brasil ja disse que o dourado não é homofóbico.

@salomaobruno e isso demonstra mais uma vez que o Brasil ainda tem que crescer muito em conciencia social... esse é o exemplo que nos temos de vencedor

@SrCCOO Acabou? Por favor, entrem em suas contas bancárias, se tiver 100 reais a mais lá, eu corto o dedo minguinho do pé esquerdo.

@mauricioalbino Não me dei o direito de ser manipulado, oba!

@BlogdoNoblat Estão ouvindo o grito do primata?

@jeanwyllys_real O discurso do Bial teve a mesma função daquele na eliminação de Dicésar: desarmar uma bomba cuja explosão respingaria sobre o programa.

@Thassio_Marcelo Por essas e outras que Brasil merece ser terceiro mundo, vergonha e piada p/ nações do hemisfério norte. Aqui bandido controla a população.

@rosana BBB1-Bambam . BBB10-Dourado . Sente a evolução?


E, para concluir tudo isso...:

@Heri_ Medo, cara. As pessoas se importam demais com certas coisas tipo falar mal ou defender demais um PROGRAMA DE TV. Isso é triste.

24 março, 2010

Eu e você

Eu acho o ato de "falar do outro" fazendo juízo de valor uma baboseira. Não que eu não faça, e não que não seja divertido. Mas cansa. Só que essa semana eu comecei a analisar o discurso de todo mundo que vinha até mim com comentários a respeito de um terceiro - sobre o BBB, sobre a novela, o vizinho, o namorado. Comecei a perceber algo que até então passava batido nas minhas análises: o quanto da personalidade de quem fala aparece em meio ao discurso sobre o outro. Nunca tinha parado para tentar moldar a personalidade de alguém a partir dos comentários que ela faz sobre outra pessoa. E é interessante e estranho, sabe? É interessante porque quase ninguém que dá conta do tanto que mostra a si mesmo quando fala do outro, o que se torna uma porta escancarada para adentrar o íntimo daquela pessoa. E é estranho porque um pensamento recorre à outros que são surpreendentes, mas indesejáveis. 
Como essa história de Big Brother, por exemplo. Alguém veio falar para mim que Fulano traiu a amizade de Cicrano falando que Chiquinho beijou Mariazinha. À primeira vista parece que aquela pessoa ou é cara-de-pau o suficiente para criticar sabendo que tem o "dedo sujo", porque já fez algo parecido, ou de fato nunca faria coisa parecida, e condena imediatamente aquele - qualquer um - que viesse a faze-lo. Qual das duas opções? 
Bom, comecei a investigar. Para isso, tasquei-lhe um questionário que deixou a minha "vítima" encurralada, sem ter para onde fugir, e tendo que admitir as situações em que ela executaria a mesma ação  anteriormente alvo de críticas. Toda essa situação leva a outra reação: essa pessoa então deixou transparecer que adora críticas, mas abstêm-se de recebe-las mesmo sabendo que comete erros iguais ou piores aos que criticou. Não gosto muito dessas pessoas. Sou do tipo que tenta perdoar no momento que a pessoa admite que errou. No entanto, essa pessoa dificilmente se dará conta da sua carapuça.
Onde quero chegar é: talvez seja uma saída fugir do que o senso comum orienta ("olhe para si antes de criticar"). Talvez seja uma boa saída você primeiro criticar, e a partir desa crítica, saber se está totalmente fora dela, ou não. Pena que nem todo mundo tenha o nível inteligível suficiente para tornar essa medida eficaz.

Momento Hollywood

Fiz para mim uma lista de filmes que ainda não assisti, mas, por questões sociais, eu preciso faze-lo. Afinal a galera pergunta e eu sempre respondo que não. Agora responderei que sim, e com complementos. Um desses complementos é sobre Bastardos Inglórios, do Quentin Tarantino. Sem dúvida um dos melhores que ele já fez, e o melhor que o Brad Pitt (ator principal) já fez. MIL VEZES melhor do que o Curioso Caso de Benjamin Button, também com o Brad Pitt. Ô filme chato. 
Quem quer ser um milionário eu até achei legal, mas será que merecia mesmo o oscar de melhor filme?
Coco antes de Chanel também foi ótimo, mas não merecia um toque a mais no final?
Resta ver Guerra ao Terror, que ganhou o Oscar este ano. Nunca tem na locadora. Tomara que amanhã eu o encontre. Se o encontrar, comento com vocês. Até mais.

04 março, 2010

Nossa, o tempo passa rápido!

Hoje o blog completa 1 ano. Há um ano atrás, eu iniciaria minha vida como escritor textual de críticas infames, no ex-endereço let-it-flow-with-the-wind.blogspot.com. Hoje, após milhares de comentários, temas abordados, layouts e em novo endereço, continuamos com muitos dos problemas já comentados aqui. E até novos. A luta continua.

Estou de volta

Até que eu tentei. Mas sabia que eu não conseguiria ficar fora daqui por muito tempo. Tem uma tonelada de questões e raivas que andam afligindo a moral brasileira - não note minha prepotência - e eu preciso descarregar parte desse acúmulo aqui nesse cesto de roupa suja virtual. Voltarei também a postar frequentemente, prometo. Desta vez, como há muito o que dizer, dividirei meus assuntos em tópicos.

Serra x Dilma
Não consigo entender porque o tucanato não define logo o jogo para o obviamente candidato José Serra. Sou de opinião que é certo o que ele defende: um político lançar-se candidato à mais de 6 meses de distância do período corrento de lançamento da candidatura resulta em uma exposição excessiva, que é negativa para a futura campanha e para a imagem pública do candidato. À exemplo disso está aí Marina Silva, que, já tão exposta desde antes de sua candidatura, agora se vê constantemente em saias justas, com as quais não se preveniu moralmente e informacionalmente o suficiente para lidar, e volta e meia perde um eleitor por conta delas. Mas há assuntos que Serra poderia - e DEVERIA - abordar, mas não aborda. Política externa é um exemplo. Política de juros é outro exemplo. São assuntos que desde já, mesmo querendo não se lançar candidato cedo, mas já deve começar a abordar com os eleitores, para que eles se sintam confortados. Esse, na verdade, é o sentimento que eu, provável eleitor de Serra, sinto ao assistir os telejornais políticos. É desconfortável não ter segurança em quem se está querendo apoiar. Ao menos depois, quando Serra despencar nas pesquisas, não terá do que reclamar.

Cinema Internacional



Tenho visto muito poucos clichês cinematográficos ultimamente. É um bom sinal. Lembro que até o ano passado as salas de cinema eram devastadas por filmes gritantemente comerciais e emburrecidos, chegando até a ser chateador pensar que um cartaz tenta passar a idéia de um filme interessante, quando na verdade é mais um enlatado de Hollywood. Muitos filmes produzidos a esse modo se tornaram interessantes por percepção dos diretores. Mas a grande maioria não teve a mesma sorte, e por isso vaga no limbo dos filmes ignorados nas locadoras. Contrariando essa realidade, foram animadoras as opçoes que encontrei ao ir ao cinema na semana passada. Não optei pela melhor das opções. Assisti Simplesmente Complicado, com Merryl Streep e Steve Martin. Mas a história foi interessante, o enredo foi interessante, e os atores foram brilhantes. Até a trilha sonora foi boa. Entrei no filme com a menor fila da hora, pensando estar me submetendo a certas horas de tortura, mas levei um soco moral da diretora durante o filme. De quebra, ela ainda quebrou os paradigmas preconceituosos que eu carregava, de que o filme dirigido por ela seria melodramático e aborrecedor. Até que não. Agora sim posso dizer que vou assistir ao Oscar sem ter como objetivo principal pegar no sono depois de um dia de farra.