30 outubro, 2009

Daniel voltou das férias


Bom, eu estava de férias. Por que os blogueiros também não podem tirar férias? Afinal, pensar em assuntos e assuntos para tratar aqui é um trabalho e tanto. Ora tem muita coisa, ora tem pouca coisa... Bom, eu resolvi tirar férias da minha atividade intelectual cibernética porque já tava me irritando. Eu confesso que descobri dois fios de cabelo branco na cabeça (se é que isso é possível, pela cor do meu cabelo) por causa do blog. É verdade! Sabe, enquanto eu escrevia aqui, vinha aquela ânsia, aquela irritação, porque tem tanta coisa errada, e a gente quer sacudir as pessoas pra gritar "presta atenção, caral**", mas aí vem o pensamento que isso não surtiria efeito, e aí vem a ânsia por descobrir o que faria efeito, e mais ânsia por descobrir que nada faria efeito, e isso causa mais ânsia... Quer saber, tirei férias. Férias mesmo.

E pra comemorar, vim descontar a minha irritabilidade aqui. Primeira coisa irritante: as pessoas pergutando porque eu estou irritado. Caramba, isso irrita MUITO. na verdade, eu odeio que me perguntem qualquer coisa na hora da irritação.

E outra: passarinho de manhã, cantando na janela quando eu quero dormir. Não sei se isso vai parecer muito Fernanda Young, mas pô, Fernando de Noronha tá aí pra isso né? Larguem da minha janela!

Sabe o que é pior que isso? Quando vc tá com pressa, e vai fazer login em um site, e digita alguma coisa errada, e ele não faz o login. Nossa, acho que qualquer site deveria ter o dispositivo de login automático, porque isso é realmente MUITO irritante. Outra coisa que irrita também é formiga no açucareiro. Outro dia eu cheguei bêbado, fui fazer um café amargo com açúcar, daí deixei a tampa do açucareiro entreaberta e as formigas tomaram conta no dia seguinte. E po, o que eu faço com todo aquele açucar?!

Mas fazendo esse texto, sabe uma coisa que eu acabei de descobrir que irrita mais que tudo isso? A inércia do brasileiro. Pensando bem, se eu me mexesse um pouco mais, eu poderia impedir essas coisas irritantes descritas acima. Mas o brasileiro tem uma coisa grudada nas costas, tipo uma âncora, que puxa ele pra baixo e impede que ele se levante e tire as formigas do açucareiro, ou tire o passarinho da janela. Ele convive melhor aprendendo a lidar com o que não gosta.

Isso já começa a dar sinais de insalubridade mental para os blogueiros. Qualquer dia eu mudo de hobbie, e volto a falar de cultura. Mas fica a dica.

14 outubro, 2009

Ensaio sobre o cinema brasileiro

O cinema brasileiro sofre um grande dilema. Eu particularmente acredito que esse dilema é causado pela dualidade, pela indecisão de preferência do público brasileiro.

Explico. Eu chamo de dualidade a seguinte questão: o cinema brasileiro deve se moldar, se reinventar, nos moldes estrangeiros (já que são esses que atraem público significativo ao cinema) ou o cinema brasileiro deve criar uma linguagem própria? O que se tem visto é que alguns filmes brasileiros tentam (em vão) plagiar o formato americao ou europeu, só que esse formato não condiz com a real cultura brasileira. O formato estrangeiro meio que torna o que é mostrado irreal, quando inserido no contexto de Brasil. Por outro lado, alguns diretores conseguiram transformar esse formato estrangeiro de forma que parecesse irreal mesmo, só que o filme admite isso. Admitido, passa a usar de outros artifícios para entreter a platéia, como o humor ou o escárnio - e tem se dado muito bem nisso.

Agora, outro ponto: alguns diretores conseguiram lapidar o formato brasileiro de forma que passou a ser uma coisa única, nova, interessante. Chama a atenção do espectador justamente por ser algo que foge do nosso senso comum cinematográfico, e convida quem assiste a participar dessa inovação. Tropa de Elite, apesar de todos os pesares, realizou essa proeza. Só que ela é para poucos. Há diretores que não conseguem dar esse mesmo tom ao filme, e acaba se tornando um daqueles clichês brasileiros - favela, nordeste ou classe média carioca.

Os principais diretores brasileiros já tomaram suas posições quanto ao formato que utilizarão. Fernando Meirelles, por exemplo, é um dos fundadores da vertente nacional americana que deu certo. Porém, seu gosto oscila. Alguns filmes em tons estrangeiros foram um tremendo sucesso. Outros filmes, já com tons brasileiros, caíram na mesmice. Quando ele tentou chegar ao bom tom brasileiro, como em "À Deriva", que co-produziu juntamente com Heitor Dhalia, aumentou demais seu calibre e causou uma distorção: o filme se torna confuso à primeira vista, o que afasta o espectador comum. Já Daniel Filho, diretor de Se Eu Fosse Você, abraçou o formato brasileiro e fez dele uma grande atração, talvez pelos anos que tenha passado na televisão. A verdade é que o formato brasileiro ainda é muito ligado ao formato televisivo. Digo melhor: o público brasileiro é muito televisivo. Não estou aqui para dizer se isso é bom ou ruim, mas é um fato notável. Cabe aos diretores e produtores tomarem sua decisão: arriscarão no escuro com um formato nacional, ou um formato estrangeiro?

Por que eu estou escrevendo este texto afinal? Bom, acabei de assistir o Salve Geral, filme de Sérgio Rezende. E é uma descepção. Mais um filme que tenta ficar na corda-bamba e acaba capengando. Salve Geral trata do desenrolar do dia em que São Paulo parou, quando a facção criminosa PCC ameaçou as autoridades queimando ônibus, carros, atirando em bancos, repartições públicas, etc. Uma espécie de Carandiru paulista.

 Então me veio a cabeça: por que há essa deformação do que tem tudo para ser bom? A melhor resposta para a minha resposta eu tentei resumir acima. Você tem outra para me ajudar?

07 outubro, 2009

Lula, não custa parar e pensar

Faz tempo que eu não posto aqui, não é por falta de tempo ou coisa parecida. É por falta de assunto mesmo! A política tem estado muito fria ultimamente. O que eu poderia falar, além do fato de que um louco esquerdista se empoleirou na embaixada brasileira, burlou todas as leis da diplomacia internacional, e o Brasil o apóia como se tivesse protegendo um grande aliado político? A verdade é que o Brasil anda cometendo erro atrás de erro. Vou cita-los: Em 2008 o presidente da Bolívia, Evo Morales, tomou posse das refinarias e dos poços da "Petobás" (como diz Lula). Tomou posse MESMO, sem dar explicações ou indenizações. O que o Brasil fez? Recebeu uns trocadinhos de esmola pela conivência. No Irã este ano aconteceu a maior manifestação de democracia, de vontade de mudança, que o mundo não via há muito tempo. Mulheres, crianças, adultos e idosos saíram às ruas de um regime loucamente ditatorial e opressor e lutou pelos seus direitos, quando a eleição presidencial foi fraudada. O que o Brasil disse sobre isso? Foi contra, e convidou o presidente corrupto e louco a visitar o Brasil. Poderia ter ficado calado, não poderia? Assim como ficou calado quando Fernando Lugo do Paraguai obrigou o Brasil a pagar mais pela energia de Itaipu, quando na verdade ela foi construida e é mantida com dinheiro brasileiro. E ficou calado quando Rafael Correa do Equador tomou posse dos bens da Odebrecht e prendeu no país os 4 diretores da empresa, e o governo não moveu uma palha para ajudar. O governo atual tem se mostrado a cara de Lula. Em palanque, no mês de junho, ele disse "Eu estou emprestando dinheiro para o FMI! Assim, toma aí!" O nosso presidente diz "toma aí" para o nosso dinheiro, e ficamos coniventes com isso. A última de Lula foi: "não aceitamos ultimato de governo golpista". Presidente, saiba que o golpista na verdade é o louco empoleirado da embaixada brasileira. Saiba que golpista é o louco empoleirado na presidência do Irã. Saiba que golpista é o louco empoleirado na presidência da Venezuela. Saiba que golpista é o louco empoleirado na presidência do Senado Federal.

Por favor, presidente, atente para esse fatos e tome uma providência. Antes que alguém do New York Times diga que golpista é o louco empoleirado no governo brasileiro.

01 outubro, 2009

Enem adiado, caos instalado.

Desde que se soube que o Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, seria passível de substituir o tradicional e arcaico vestibular, a tensão entre os estudantes e professores tem sido interminável. Começou aquele alvoroço: como vai ser a nova prova? O que vai mudar? Quem vai aceitar? O que eu vou perder com isso? O que eu vou ganhar? Os cursinhos, que anteriormente se pautavam em repassar ao aluno fórmulas preparadas de resolução (não todos, a maioria), se viram no desespero, afinal a nova prova fugiria de toda e qualquer fórmula que eles pudessem já ter preparado. Ela, finalmente, serviria para avaliar o quanto o aluno sabe, e não o quanto o aluno lembra ter ouvido do professor.

Pois bem, a data chegando, as preparações aumentando, e a tensão subindo. E agora, quinta-feira véspera da prova, a dita cuja foi cancelada. Um cara apareceu para uma jornalista no Estadão mostrando que teria a prova em mãos. Ela, muito esperta, fez a matéria relatando que a prova teria vazado. E o MEC, desesperado, cancelou. E agora, o que fazer?

Esses fatos geraram um grande rebuliço por parte das universidades. A USP e a UFRJ já recuaram na questão de aceitar ou não a nota do Enem. Outras, como UFF, UFBA e Unifesp se mostram indecisas se afinal vão mudar seu calendário oficial ou não. Eu particularmente não queria estar dependendo desse Enem este ano, como não estou. Toda essa transitoriedade de programação afeta muito o aluno que faz seu cronograma de estudo, tanto que esse assunto foi o mais comentado (e criticado) no Twitter hoje.

Só que convenhamos, o MEC teve suas razões em cancelar a prova. Que universidade confiaria em uma prova sabendo que foi noticiado que vazou? É justo com quem estudou pra caramba saber que alguns tiveram acesso à prova e passaram?

Bom, o fato é que o cancelamento já foi consumado, e agora alunos e professores terão mais tempo pra estudar. E terão que acumular mais tensão, afinal algumas universidades poderão cancelar a nota do Enem como vestibular. Mais um exemplo pra provar que vida de aluno pré-universitário é fogo.