08 agosto, 2009

Metáfora da política, Parte 1

Recentemente eu li na National Geographic que certos físicos conseguiram aumentar a velocidade da luz. Eles passaram um jato de luz por um feixe de átomos de Césio, e descobriram que a luz passa tão rápido que parece que chegou antes de sair. Ou que sumiu no meio do caminho, e subitamente reapareceu do outro lado. Ou seja, a luz no Césio é mais rápida que no vácuo. Aqui no Brasil, dá pra trocar o feixe de luz por "escândalos" e medir a velocidade com que somem, dependendo do meio. Alguns vem e terminam antes de começar. Outros somem mas voltam, e exigem explicação. A diferença no Brasil é que no fim, tudo termina do mesmo jeito - em pizza, em nada, em marmelada, ou qualquer outra conotação regional que seja. Misteriosamente no Brasil, o meio o absorve, desvia, engaveta e mata o feixe de luz. Ou se perde em meio a um bolo de interesses, polícia conivente e "imprensa amiga" ou se desintegra pelos interesses contraditórios, polícia ativa e imprensa, bem... não tão amiga. A constante da equação é que, no final, tudo se iguala a zero. Talvez tenha alguma explicação pra essa distância entre crime e castigo, fato para efeito. Como jornalista, eu preciso defender: não é o meio. É esse vácuo moral que todos nós - nós, sim - estamos acostumados a viver, com essa impunidade acumulada e mantida cinicamente por quem escolhemos para manter. Bom, sinceramente, chegamos a um ponto em que uma investigação chegar ao final ou uma punição ser aplicada severamente soa pra nós um pouco meio... sobrenatural.

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