24 março, 2010

Eu e você

Eu acho o ato de "falar do outro" fazendo juízo de valor uma baboseira. Não que eu não faça, e não que não seja divertido. Mas cansa. Só que essa semana eu comecei a analisar o discurso de todo mundo que vinha até mim com comentários a respeito de um terceiro - sobre o BBB, sobre a novela, o vizinho, o namorado. Comecei a perceber algo que até então passava batido nas minhas análises: o quanto da personalidade de quem fala aparece em meio ao discurso sobre o outro. Nunca tinha parado para tentar moldar a personalidade de alguém a partir dos comentários que ela faz sobre outra pessoa. E é interessante e estranho, sabe? É interessante porque quase ninguém que dá conta do tanto que mostra a si mesmo quando fala do outro, o que se torna uma porta escancarada para adentrar o íntimo daquela pessoa. E é estranho porque um pensamento recorre à outros que são surpreendentes, mas indesejáveis. 
Como essa história de Big Brother, por exemplo. Alguém veio falar para mim que Fulano traiu a amizade de Cicrano falando que Chiquinho beijou Mariazinha. À primeira vista parece que aquela pessoa ou é cara-de-pau o suficiente para criticar sabendo que tem o "dedo sujo", porque já fez algo parecido, ou de fato nunca faria coisa parecida, e condena imediatamente aquele - qualquer um - que viesse a faze-lo. Qual das duas opções? 
Bom, comecei a investigar. Para isso, tasquei-lhe um questionário que deixou a minha "vítima" encurralada, sem ter para onde fugir, e tendo que admitir as situações em que ela executaria a mesma ação  anteriormente alvo de críticas. Toda essa situação leva a outra reação: essa pessoa então deixou transparecer que adora críticas, mas abstêm-se de recebe-las mesmo sabendo que comete erros iguais ou piores aos que criticou. Não gosto muito dessas pessoas. Sou do tipo que tenta perdoar no momento que a pessoa admite que errou. No entanto, essa pessoa dificilmente se dará conta da sua carapuça.
Onde quero chegar é: talvez seja uma saída fugir do que o senso comum orienta ("olhe para si antes de criticar"). Talvez seja uma boa saída você primeiro criticar, e a partir desa crítica, saber se está totalmente fora dela, ou não. Pena que nem todo mundo tenha o nível inteligível suficiente para tornar essa medida eficaz.

Momento Hollywood

Fiz para mim uma lista de filmes que ainda não assisti, mas, por questões sociais, eu preciso faze-lo. Afinal a galera pergunta e eu sempre respondo que não. Agora responderei que sim, e com complementos. Um desses complementos é sobre Bastardos Inglórios, do Quentin Tarantino. Sem dúvida um dos melhores que ele já fez, e o melhor que o Brad Pitt (ator principal) já fez. MIL VEZES melhor do que o Curioso Caso de Benjamin Button, também com o Brad Pitt. Ô filme chato. 
Quem quer ser um milionário eu até achei legal, mas será que merecia mesmo o oscar de melhor filme?
Coco antes de Chanel também foi ótimo, mas não merecia um toque a mais no final?
Resta ver Guerra ao Terror, que ganhou o Oscar este ano. Nunca tem na locadora. Tomara que amanhã eu o encontre. Se o encontrar, comento com vocês. Até mais.

Um comentário:

R.A. disse...

Meu querido,
Você conhece toda a a obra do Tarantino? Ao menos, viu "Pulp Fiction" ou, "Kill Bill"? Acho que não.
Fostes muito infeliz ao dizer que: "Bastardos Inglórios, do Quentin Tarantino. Sem dúvida um dos melhores que ele já fez." E o Pitt fez outros e melhores filmes.
Procure mais sobre o Tarantino, ou melhor, veja outros clássicos do cinema. Assim, conseguirá embasamento e criticidade num próximo post.